Vídeos de criminosos roubando caminhonetes em menos de um minuto viram provas em investigação da PF
08/04/2025
(Foto: Reprodução) Polícia Federal aponta que grupo de 15 pessoas levava caminhonetes para o Paraguai. Veículos eram trocadas por maconha. Quadrilha grava vídeos de roubos de caminhonetes no RS
A Polícia Federal (PF) do Rio Grande do Sul indiciou 15 pessoas envolvidas em um esquema de furto de caminhonetes na Região Metropolitana de Porto Alegre. Os veículos eram levados para o Paraguai, onde eram trocados por maconha. Vídeos que mostram a ação dos indiciados, roubando os veículos em menos de um minuto, foram usados como prova na investigação.
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Nas imagens, os suspeitos aparecem arrombando, fazendo a ligação forçada da ignição e até o iniciando o transporte dos carros para clonagem.
A apuração começou em 2022, quando a PF recebeu informações sobre o furto de dois modelos específicos de veículos no estado. Antes de obter os vídeos, os investigadores monitoraram locais estratégicos onde os carros poderiam ser escondidos.
"Conseguimos acessar um material probatório robusto e complexo, que certamente será utilizado contra os criminosos, que não só cometeram o delito, mas também se vangloriavam de sua atuação dentro da comunidade criminosa", destacou o delegado Márcio Teixeira sobre o impacto das provas.
Homens registravam em vídeos furtos a veículos em menos de um minuto
Reprodução/RBS TV
Roubo em um minuto
Nos vídeos, os suspeitos demonstram com facilidade como arrombam as portas dos carros, ligam as ignições usando equipamentos que decifram códigos e até impedem que o sistema de alarmes funcione com o uso de um dispositivo chamado chapolim. Toda a ação levava menos de um minuto, segundo a PF.
O caso, tradicionalmente investigado pela Polícia Civil, foi repassado à PF devido à "interestadualidade" do crime, ou seja, a atuação em mais de um estado. A apuração revelou que os veículos furtados tinham placas clonadas e eram levados para o Paraná antes de serem transportados para o Paraguai, onde eram trocados por drogas.
Em um dos vídeos, é possível ouvir um dos homens dizendo: "É o Rio Grande do Sul fazendo o Paraguai feliz", durante o percurso onde seria feito o pagamento.
Indiciamento
Após dois anos de investigação, os 15 indiciados foram apontados como autores de furto qualificado com uso de chave falsa, adulteração veicular, receptação qualificada, tráfico de drogas e organização criminosa. Se condenados pela pena máxima de cada crime, podem cumprir até 55 anos de prisão.
"Este caso não apenas combate crimes patrimoniais, mas também enfrenta o tráfico de drogas, que afeta toda a nossa sociedade e é responsável hoje pela maioria dos crimes violentos", comenta o delegado Teixeira.
"Chapolim", equipamento usado por quadrilha para impedir que alarme de carros funcione
Reprodução/RBS TV
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